segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Observação sobre a foto de capa, acima. Uma possível explicação para as assinalações ditas como inscrição.


 Note-se que na mesma faixa, e  seguindo para o outro lado da garganta, indo em direção à mesa (lado esquerdo) , vemos blocos soltos , fragmentados por linhas horizontais e verticais, tal com são as  que formam a” inscrição”.  Uma observação cuidadosa vai mostrar que tudo parece fazer parte de uma mesma situação.  Todo o topo da montanha é composto por um chapadão de granito , fruto de um ultimo derrame de magma, incluindo a cabeça  mas  por algum motivo geológico a decomposição deste chapadão acelerou-se muito mais do lado esquerdo, onde se nota a acelerada erosão que já comeu grande parte da mesa , enquanto o bloco da direita se mantem mais inteiro( a Cabeça). Entretanto o que vemos na decomposição dos blocos da esquerda,  é o que vai acontecer no futuro com o grande bloco que forma a Cabeça, decomposição em boulders, e desmonte lento. Já a parte da face está exatamente situada onde começa o material mais fraco. A partir das sobrancelhas é o gnaisse, a rocha mais antiga, e em teoria mais fácil de trabalhar, caso tenha sido. Ressalto que se a “inscrição”  não é antrópica, a face gera muitas duvidas de que ali não tenha havido , além da erosão, uma intervenção humana muito bem aproveitada. Não confundamos alhos com bugalhos.    

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Efeito do sol, e do jogo de sombras no dia do solstício de verão sobre a face  da Pedra da Gávea, no momento do ápice solar.


Horário de verão no Rio de Janeiro ( mais uma hora )
   Foto em Junho


Sequencia no dia do solstício,  21 de dezembro  2016.
  12. 1512.25
12.30
12.3512.4012.45 12.55 (ápice do sol)

13.0013.10

terça-feira, 21 de julho de 2015

Vista da face desde o lado oeste, que  é o lado menos  definido plasticamente, mas mostra que a superfície da rocha segue os traços básicos de uma face humana. Aceitando a hipótese de que  não é um acidente fruto da erosão diferenciada poderíamos considerar que o pouco relevo que apresenta deve-se à  dificuldade própria de retirar  muito material por desbaste desse paredão. O argumento definitivo para afirmar que se trata de obra humana o o podemos verificar na raiz do nariz, entre os olhos, que se a erosão tivesse escavado tanto os olhos teria  também que escavar essa parte,e não, assim como restou material para ficar um arremedo de nariz ,resultado da parte que com certeza não foi mexida, e que originalmente fazia parte de uma superfície que vinha desde atesta sem maiores reentrâncias. A visão impactante do conjunto, apresentando-se como uma cabeça humana tem sua maior expressão desde o lado leste, e parece querer impressionar algo que estivesse no vale de São Conrado.Existe uma colina no terreno do Gávea Golf Club que com certeza em épocas passada estava muito perto do mar, ela  se estende em forma de rampa acabando junto a autoestrada atual. pode ter havido ali, algo significativo.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013


Pedra da Gávea e suas peculiaridades.

(Para maiores detalhes  sobre os assuntos  aqui abordados veja a matéria  anexa neste blog).

A face da Pedra da Gávea


Pelas observações que fizemos ao longo de muitos anos de frequência ao local estamos inclinados  a admitir que trata-se de obra humana. Olhando por um ângulo muito
frontal não se percebe a coerência da escavação esboçando uma face, esboçada rusticamente no volume natural que já sugeria uma cabeça. E foi escolhida a posição olhando para o nascer do sol no solstício de Inverno (21 de junho).Tudo isso reforça o argumento de monumento proposital e não apenas  natural.   

Dada a pouca profundidade da escavação na maior parte da face, com exceção dos olhos, é preciso analisar bem de perto e de perfil para perceber sua volumetria. Examinando desde um ponto muito muito frontal não se percebe a intenção  de um rosto.


Muito provavelmente estamos vendo um monumento pré-cabraliano, mas infelizmente não reconhecido como tal pela população local, nem pelos organismos oficiais , que poderiam associa-lo ao patrimônio turístico do Rio de Janeiro. É incrível como tem sido deixada passar esta oportunidade, tanto pela falta de informação  como por deixar que versões místicas confundissem o  valor do monumento.  
 
 
 
   Foto 1     

                                                         

  Foto 2

Fotos 1 e 2 - Vista frontal e lateral desde o lado leste, com o perfil de uma face  claramente reconhecível . É preciso levar em conta a dificuldade do trabalho nesse local.

 
    Foto 3                                                                             

Foto 4

Fotos  3 e 4 -   Detalhes dos olhos e da raiz do nariz . Nota-se que o olho esquerdo não parece ter sido acabado ou foi deixado assim mesmo. Ao que tudo indica a vista mais elaborada teria sido o lado do nascer do sol apesar das variações em diversas épocas.  A erosão diferenciada não explica a diferença na profundidade dos olhos e na pouca escavação da raiz do nariz. 

  Foto 5

Foto 5 -  Vemos  detalhe do olho direito da face (olho  maior) resultado de aparente grande escavação . A hipótese de erosão diferenciada fica muito  enfraquecida ao se notar que ficou o que seria a raiz do nariz sem sofrer a mesma erosão. A rocha base é  o mesmo gnaisse. Da sobrancelha para cima, a rocha é granito.

 

   Foto 6                                                                               Foto 7  Vista geral.

Foto 6 - Vemos aqui a grande área com aparente pouca erosão  que constitui o que seria o nariz  e  pode-se observar a diferença de textura entre essa  área  e  o que seria o pômulo esquerdo. Dá clara ideia de que esta ultima foi rebaixada e o nariz ficou com   material existente originalmente que fazia parte do paredão vindo da testa até a barba. Dá para perceber que há um corte vertical abrupto entre a área mais clara e a área do nariz. Ao que parece não foi tentada nenhuma talha nesse volume que ficou sendo o nariz.  O ângulo da foto 7 não dá boa ideia das proporções da face e  leva a crer que é apenas resultado da erosão. E esta infelizmente é  exatamente a visão do visitante que vem desde a Praça da Bandeira em direção à  Carrasqueira. Dai o fato da face não  chamar muito a atenção.                                                                                                              


        
       Foto 8                                                   Foto 9

Fotos 8 e 9- À  esquerda vemos  a face inteira e à direita detalhe da foto 8 e  da área que teria sido desbastada ate chegar na parte  que ficaria de nariz. Claramente uma área foi desbastada e a outra não. A superfície da direita  para abruptamente no aglomerado bruto da nariz que evidentemente nunca foi detalhado. Há uma linha de corte clara na separação entre o que seria o aponta do nariz e o que seria o pômulo da face. E esse é um detalhe importante se observado bem de perto.  A textura dessas duas superfícies é bem diferente , e mais uma  vez contraria a hipótese  de erosão diferenciada natural. A área da direita foi nitidamente aplainada até chegar ao que seria o nariz.  Se o nariz  não é bem definido e porque não havia material para poder fazê-lo  mais proeminente. Só poderia ser melhor se  fosse feita uma prótese, o que soa impossível e ilógico. Consequentemente teve que ficar assim mesmo. Percebe-se claramente que o paredão vinha sendo aplainado em um determinado plano e chegando no que seria o nariz parou. Olhe de novo.

               
 Foto 10  


 Foto 11 - A face em Ollantaytambo, Peru.

Foto  10-  se nota que a superfície do paredão segue os traços gerais de um rosto. Más para quem não quer ver nada mais do que erosão  vera será sempre pareidolia. A diferença de textura e tom da pedra denuncia que na parte mais clara houve trabalho, e poderíamos arriscar a dizer que não  parece ter sido  em época imemorial, porque seu tom provavelmente seria mais escuro. O que não é levado em conta é o tamanho da face e sua deformação quando vista de determinados ângulos em função de seu pouco relevo, fruto provável da dificuldade do trabalho.

Foto 11 - Vemos  a face similar existente em  Ollantaytambo. Estas duas faces são únicas e estão apenas na América do Sul. Ambas tem 140m de altura. Fica evidente que estiveram  relacionadas.  A da direita , a de Ollantaytambo representa Tunupa ou Viracocha , o  fazedor de tudo , o instrutor da civilização e parece ser anterior aos incas. Até  agora na pré-história brasileira não temos muita coisa com que relacionar o assunto. O mito mais provável associado a estes personagens míticos seria o de Sumé. Com certeza a face da Gávea deve ter representado algo similar ou a mesma coisa, más  para quem e quando, é difícil saber. O mito de Sume, Viracocha e  Tunupa deve ter uma  origem comum, muito antiga  e que se difundiu por todo o continente ganhado versões locais. Para ver este ângulo da foto  10, subindo,  é preciso parar antes de começar a descer para a base da Carrasqueira e olhar  à esquerda.

Como foi feito o trabalho de escavação da face ?
No passado havia muita mais terra e uma floresta junto à base da face. Evidentemente foram usadas escadas , andaimes e passarelas, e usada a mesma tecnologia que se usa nos Andes até hoje para fazer pontes de cordas. Os realizadores destes  trabalho certamente  estavam acostumados com tarefas deste  tipo,  assim como em métodos e experiência em talhar pedra. Evidentemente que o trabalho que possa ter havido aqui foi de nível apenas rústico. Não há nenhuma evidencia de talhas mais sofisticadas , e nem seria possível ou  mesmo necessário.


Admitindo que aqui houve trabalho humano , este se  limitou ao que podia ser feito desbastando a rocha original , portanto faltando eventualmente  material que pudesse permitir melhores proporções. A definição da face não poderia ser muito maior porque haveria que aprofundar o desbaste da rocha, implicando em aumentar o trabalho a um nível excessivo.
 Para talhar a face haveria que considerar que o ponto de maior escavação para o interior do paredão  seriam os olhos. Consequentemente para fazer um nariz mais destacado haveria que aprofundar muito todas as outras superfícies.
Com relação a outras  perguntas que estas observações podem suscitar , não as abordo aqui por estar fazendo isso em textos mais amplos. A face  foi algo perfeitamente realizável e justificado  em um determinado contexto cultural e religiosos , que hoje não faria sentido para nós. Quem exatamente a fez é uma pergunta cuja resposta  está perdida em alguma das lacunas  desconhecidas  da pré-história sul-americana.  

Porque a população  em geral não reconhece a face da Gávea como um monumento resultante  de trabalho humano?

Primeiro,  porque as populações que aqui viviam e poderiam ter transmitido alguma informação foram exterminadas. Os tamoios a chamavam de "cabeça enfeitada" (metara canga ) li uma referencia a que também a chamavam de"cabeça de um deus", más, não consegui saber de onde esta informação veio e se é autentica. Essa ultima referencia se  tiver consistência em algum documento poderia matar a charada.      

Em segundo lugar , acontece o fato paradoxal de quem nasce e se cria vendo determinados monumentos , fica tão acostumado a eles que não lhe chamam a atenção em especial. Isso acontece em qualquer parte do mundo.

Depois  temos  o desinteresse dos setores que deveriam investigar  o assunto e que se afastam dele porque não o consideram autentico, a partir de avaliações feitas  à distancia. 

Finalmente o clima de misticismo e fantasia criada por seitas esotéricas em volta do assunto transformou o caso em assunto não sério. E com o se tudo isso não fosse suficiente para confundir a essência do problema,  inventaram que a montanha seria base de discos voadores, local de desaparecimento de aviões , pessoas, etc.

Qual é o  pesquisador do meio  acadêmico  oficial  que vai se meter em um  assunto com tal contexto?
Quantos apostariam nesse tipo de pesquisa? 

  
 O chamado “portal“

 

  Foto 12- O Portal        

                 
 

Foto 13-  ( Nichos  de Samaipata ) 
                                             
Na foto 12  vemos o chamado portal da Pedra da Gávea com 16 m de altura e 8 de largura, e   na foto 13 os nichos de Samaipata. Esta formação do portal  que   não parece natural ,é  similar  a muitos outras existentes nos Andes.  Não são portas, mas nichos com vários usos diferentes. Em principio , a formação do portal poderia ser natural, más  não me parece tão simples afirmar isso.

No caso do Portal da Pedra da Gávea  não  parece que seja  fruto do deslocamento de uma grande pedra que caiu sozinha, nesse  caso provavelmente  teriam caído primeiro as dos lados. Depois  de observar esta formação em 455  subidas ao local, suspeito que  foi começado um nicho, e admitindo que foi obra humana,  evidentemente estaria relacionado com os construtores da face. Podemos apostar que se havia algo mais  em exposição nesse nicho foi rolado para baixo pelos primeiros europeus que chegaram ali. Há muitos detalhes neste nicho do portal que enfraquecem a hipótese de ter sido fruto da queda de um grande bloco apenas. Para deixar esta formação como a vemos,  a pedra teria que  ter sofrido uma fratura na parte detrás e em cima junto à marquise. E porque só ela, se as pedras laterais permaneceram como as vemos. Inclusive estas duas pedras laterais tem grande balanço sem apoio e não caíram. A conclusão mais lógica e que houve mão humana nesta formação, por mais fora de contexto oficial que possa parecer, da mesma forma que a face. Essas  conclusões são fruto de centenas de subidas ao local e observações de 45 anos. A rusticidade do trabalho que vemos nestes elementos não implica em  que não possam ser obra humana. Temos muitos similares na América do Sul com o mesmo grau de rusticidade e muitos mais, bem detalhados.     

Para os  esotéricos é uma porta para Agartha. Outros exageram dizendo que   é uma entrada para discos voadores (!).  Poderia  ser uma porta, más  uma porta simbólica. Na pratica é tecnicamente  um nicho, como, por exemplo, os de Samaipata na Bolívia. Se  o portal fosse uma placa móvel teria que ter pelo menos uns 3 m de  espessura, sendo de granito, no mínimo pesaria  1000 toneladas.  Se essa placa se mexesse ou fosse mexida, com certeza desmoronaria toda área em volta. Com certeza não é uma porta e nem há um túnel atrás. Mas  quase certamente sofreu intervenção humana. Tanto o portal como a face se ajustam em um padrão cultural similar ao que achamos nos Andes.

  No caso de Samaipata, os nichos foram escavados em uma  estrutura que já possuía trabalhos muito mais antigos. Samaipata  é um mistério porque as estruturas mais antigas estão tão erodidas  que parecem imemoriais.

 Estes nichos em Samaipata, Bolívia ,  são bem menores que o portal   devem ter uns 3m de altura no máximo, más aparentemente tem o mesmo sentido. Alias, Samaipata é um lugar estranhíssimo. Estes nichos e muitos mais estão distribuídos por uma rocha chamada de “El fuerte” (o forte) , fora muitíssimas mais formas esculpidas difíceis de compreender  seu sentido. Vale a pena ver algo sobre Samaipata, é muito  intrigante. Samaipata não está tão longe de nos,  fica   na província de Santa Cruz de  la  Sierra  a caminho da  baixada para o chaco  paraguaio.

Seu nome em quéchua  quer dizer :" local de descanso no alto".

Ao fazer esta referencia ao ”forte” de Samaipata, lembro que o topo da Pedra da Gávea é uma fortaleza natural, o  que com certeza pode ter chamado a atenção de qualquer  um que por aqui tenha andado. Lembro também que em geral os sítios religiosos sul americanos eram locais  reservados e  de difícil acesso.  A porta de Hayumarca em Puno  também parece ter um sentido parecido a estes nichos ou “ portas” na montanha. Os nichos pequenos ou grandes são uma constante  na arquitetura pré-colombiana sul americana, estão em todo lugar.
Por curiosidade devemos lembrar que todos os monumentos com os quais estamos comparando elementos da Pedra da Gávea são anteriores ao Império Inca. Posteriormente foram assimilados dentro das tradições incas ,más sua origem se perde no tempo. Em Samaipata, como em muitos outros locais se sobrepuseram culturas e o que se vê não é fácil de explicar. 


Pictografias na Pedra da Gávea ?

Antes de tudo, deixo bem claro que a chamada ”inscrição fenícia” é apenas uma faixa de erosão, erradamente interpretada por pessoas que nem chegaram perto dela.  Foi um  tremendo  engano de muita gente respeitável, más que  não estiveram no local.  Julgaram de longe. Tentaram interpretar  uma  cópia feita de binóculo. Em  breve.

Proximamente  farei uma analise com fotografias esclarecendo este outro problema.

Aqui abaixo registro algumas curiosidades que precisam  de maior analise , más suscitam perguntas.

 Quem se der o trabalho de ir bem embaixo da chamada inscrição, na descida para a Gruta da Orelha e  observar com atenção vera que aquelas marcas são apenas desgaste de material menos resistente  pela erosão imemorial. Dizer que aquilo é escrita fenícia é ignorar os mais básicos elementos da cultura púnica.

 Que os fenícios e cartagineses possam  ter estado no Brasil, é perfeitamente possível,  más citar a chamada “inscrição”  como prova é uma  ingenuidade. Paradoxalmente, manter a versão da inscrição fenícia  para a Pedra da Gávea é desmoralizar uma pesquisa valida sobre eventuais chegadas de povos mediterrâneos ao Brasil pré-histórico e desviar uma pesquisa real  sobre as incógnitas desta montanha. 
Abaixo mostro algumas aparentes pictografias que se encontram no topo da montanha. Assim que for possível farei novas fotografias com luz rasante que darão melhor ideia do que possam  ser

  
  Foto 14   
                                                   


 Foto 15  

Fotos14 e 15-  Esta assinalação parece  um pássaro de perfil, à esquerda está riscada para marcar melhor   o contorno.  Infelizmente as fotos precisam ser feitas com outro tipo de luz rasante. Este relevo está sobre uma pedra que aparentemente deslizou mais de cima. Vendo-o no local, se nota o baixo relevo das asas, do peito, uma pata e um traço em cima à esquerda. Aparentemente está em uma pedra isolada. Fico devendo  fotos  mais claras. 

 Foto 16    
                                                                                     

Foto 17


Fotos 16 e 17 -Esta assinalação  encontra-se também isolada mas está na mesma colina que a anterior, parecem riscos acanalados com  uns dois cm  de largura. Foi riscada com giz para melhor visibilidade. Não são recentes com certeza.  Podem ser naturais  ou não.
      
 Foto 18

Foto 18 - Este é o chamado ”sol” ou melhor ,os restos dele. Ao qual se referem  no topo da Gávea,  fica na ponta Norte  da montanha , olhando para o lado norte . Tem uns 80 cm de altura e está numa pedra muito destruída, que alias foi destruída intencionalmente.  Aparentemente havia algo riscado fundo e alguém cortou a pedra quebrando-a nessas fissuras , restam aqueles três traços à direita.  Pelo que se  vê poderíamos  arriscar  e admitir que  tenha sido  um pictograma de um sol estilizado. Alguém a quebrou a marretadas  porque achava que ali havia uma ”entrada”.

Se for de fato uma pictografia, seria muito antiga, assim como o pássaro. Não se notam  vestígios de pintura em nenhum destas possíveis pictografias. 

Posição do topo da Pedra da Gávea em relação a solstícios e equinócios.


  
  Foto 19                                                                                  Foto 20

Foto 19 - Aglomerado de rochas no topo da Gávea.  Na foto 20  as direções de nascer e por do sol representadas  sobre a  chamada” Huaca de Chena”  no Chile, onde todos os pontos de referencia estão assinalados da mesma maneira  que  em  quase  todos os antigos  sítios religiosos sul americanos onde havia marcos , janelas ou portas para fixar estes pontos.

Linha amarela-Norte.

Linha vermelha- nascer do sol,  21 de junho. Solstício de inverno.

Linha azul- nascer do sol, 21 de dezembro. Solstício de verão

Linha verde- equinócios,   21 de março  e  21 de setembro.

Essas datas são interessantes para fotografar  a face, ao nascer do sol. A face é iluminada ao nascer do sol de todas estas datas em ângulos diferentes sempre de maneira rasante. Esse lado da face é o mais bem  definido por algum motivo  relacionado a estas datas.

 Obs.:   Notar que no aglomerado das pedras do topo( bem encima) existe uma grande rachadura que segue exatamente a linha dos equinócios (linha   verde).  Esta rachadura está entulhada,  más se for  limpa poderia se ver o sol nascer ou se pôr  desde a outra ponta. Se é por acaso ou não, é difícil  saber. No atual estado em que se encontra o topo é difícil verificar se existe alguma outra coincidência. Parece haver outra indicação que segue a linha do nascer do sol no solstício de verão (linha azul)  Este topo merece muita pesquisa. Inclusive  mereceria  ser feita uma escavação técnica para verificar   vestígios de  usos religiosos pré-históricos. Superficialmente o solo está remexido, más mais embaixo é suscetível de pesquisa. Repare como a linha azul e a linha verde estão nas mesmas direções que as duas rachaduras ou valas.

 Foto 21 

Foto  21-  há muitos indícios  de que o topo da Gávea foi um local de observações de todo tipo. Inclusive na ponta  norte do topo  há uma espécie de elevação orientada para a montanha aparentemente  mais alta da área(onde fica a chamada” cadeirinha “), o Pico da Tijuca. Sugere um púlpito. Observe o alinhamento desse "púlpito" com  o  Pico da Tijuca.
 Nas tradições pré-históricas sul americanas , em geral, o pico mais alto  da área  é sempre o mais sagrado. Este alinhamento do púlpito  com o Pico da Tijuca sugere uma reverencia. Vale a pena  também pesquisar outras assinalações astronômicas , que possam haver no topo. Seria o caso de fazer observações noturnas, em relação às Plêiades  e outras estrelas. 

 Foto 22                                                                         

Foto 22 - Eis a rachadura no topo da montanha, orientada para o pôr do sol dos  dias 21 de março e 21 de setembro. Olhando na direção oposta temos o nascer do sol nos  mesmos dias, daí serem  as  datas dos equinócios (dia e noite com a mesma duração)
Foto 23 

Foto 23 - É preciso fazer uma correção nos mapas do Google Earth, porque há um erro estranho na fotografia aérea da cabeça da Pedra da Gávea. Ela está alongada para o norte repetindo parte do  topo, como mostramos na ultima foto.

Esperamos ter dado motivos de interesse com algum fundamento sobre a Pedra da Gávea.

6 de novembro , 2013.


Carlos Pérez Gomar ,   arquiteto urbanista, C.A.U. 1337-4 A 

domingo, 20 de maio de 2012

PEDRA DA GÁVEA, RECUPERANDO SUA HISTÓRIA


Pedra da Gávea, recuperando sua história. 

A intenção  deste texto e arejar um pouco  o clima em volta do enigma da Pedra da Gávea, especulando sobre alguns aspectos discretamente e  procurando indicar outros caminhos. Sem, no entanto levar as pessoas a visões delirantes sobre o  assunto.   
O problema  sobre a incógnita da Pedra da Gávea está mal  explicado faz muito tempo. Em parte por falta de pesquisa bibliográfica e de campo. Faço estas análises e observações porque tenho certeza de que  recuperando e desmistificando a história  irresponsável que se conta desta montanha será mais fácil ajudar na sua preservação como patrimônio paisagístico, monumental e histórico. E o que aconteceu  até agora foi apenas  sua desmoralização e uso  comercial. As próprias tentativas de preservação ate agora não trouxeram  muitos resultados. Queiram  ou não esta montanha  é um dos  maiores monumentos do Rio de Janeiro. E não tem tido a atenção que seria  merecida, foi usada de maneira desconsiderada para fazer sensacionalismo. O que lançou sobre o assunto um clima de falta de seriedade.     
Para confundir mais as coisas há vários elementos que se analisados separadamente  podem ser falsos ou verdadeiros.  Mas quando associados formam um quadro que suscita muitas versões. É preciso analisar individualmente cada um para chegar a alguma hipótese que possa indicar caminhos de pesquisa, e eventualmente relacioná-los entre si.
Temos uma aparente inscrição, um possível portal monumental e  com certeza uma face  esculpida numa  gigantesca  cabeça de pedra. Temos também alguns outros detalhes que não vou abordar aqui para não ampliar demais o assunto principal. É preciso separa as coisas porque se um  elemento não é verdadeiro não implica em que os outros sejam também falsos.
 Ao longo dos anos  foi feita uma salada com o assunto , na  qual já não se distingue o que é fato real, o que tem algum valor para pesquisa, e o que foi inventado por pura  irresponsabilidade, sensacionalismo ou interesse.
Quem acha que todos os elementos são apenas fruto da erosão, não precisa pensar mais, porque sempre vai prevalecer essa idéia, principalmente em quem não  conhece o local. Com certeza não há o que discutir com quem pensa assim.  Mesmo conhecendo-o já é difícil de entender. A maioria das pessoas não se interessa por pesquisas, preferem versões sensacionalistas sem base. Conseqüentemente, pesquisar a Pedra da Gávea é um assunto irrelevante.   
Durante muitos anos estive mastigando a versão dos fenícios na Pedra da Gávea, sem poder engolir, porque quando cheguei a conhecer um pouco a cultura púnica percebi que não era a versão apropriada. Posso assegurar que a maioria dos sites na internet está difundindo histórias fantasiosas e sem fundamento como sendo um verdadeiro folclore do Rio de Janeiro. O pior é que um  site  repete  o que o outro disse, inclusive com erros de datas e informações. Pior ainda, são os  relatos  fantasiosos e exagerados de aviões e pessoas desaparecidos no local. E temos ainda os que descaradamente apontam o local como base de discos voadores, sem nenhum compromisso com a lógica, e outras  hipóteses sem fundamento algum. Ou então atribuem tudo a uma “Solução Atlântida“, que  em conjunto com os extraterrestres  explica tudo o inexplicável, explorando a fantasia e o sensacionalismo e deformando mais o imaginário carioca. Sepultando cada vez mais uma apreciação sóbria do que possa ter acontecido nesse local.
 
 
 
Eis  como se apresenta a chamada inscrição no paredão leste, constituída basicamente de buracos predominantemente verticais. Note-se que embaixo há uma segunda linha de buracos. Essa  ninguém quis traduzir ? E se quiserem tem uma meia linha mais, em terceira posição. Perceba-se que mais embaixo seguem caneluras verticais, isto quer dizer que todas estas marcas  fazem parte do mesmo processo erosivo. Estes buracos são de diversas profundidades e com muitas bordas onduladas, portanto, difícil de definir onde começa ou acaba a ”letra”. Observe-se também que a inscrição  vai subindo para a direita.
 Não teria nenhuma lógica fazer uma inscrição torta, porque para fazer qualquer trabalho de desgaste da rocha ali, teria que ser feito um andaime, ou pênsil, ou escorado no chão. Naquela altura do paredão, teria que ser pênsil, mas um andaime pênsil inclinado é coisa de doido, não teria sentido, seria  irracional. Mas para quem ainda tiver dúvidas, vá ate lá. Do lado esquerdo, descendo para a gruta da Orelha,  poderá  ver alguns detalhes desses buracos. E não tenha medo de não ser um erudito em línguas mortas, use apenas seu bom senso.
  Se alguém pretende  achar vestígios fenícios no Brasil, primeiro tem que parar de aceitar histórias da carrocinha como verdades. A história das ânforas achadas na Baía de Guanabara foi uma delas, que continua a ser divulgada. Havia ânforas sim, mas eram modernas. Se havia ânforas quase certamente haveria um navio, e onde está o navio? Ou vieram voando? Porque essa “pesquisa” não continuou?    


     
Aqui  acima está a copia da inscrição segundo a visão de binóculo feita pela comissão em 1833 , sim porque  só é possível ”ler” de binóculo. Os fenícios não tinham binóculos, portanto nunca fariam uma inscrição, ilegível a distancia, e só  perceptível  desde em baixo, apesar das marcas terem mais ou menos 3m de altura. 

Esta copia  da “inscrição” com certeza foi  feita desde a antiga fazenda São José da Alagoinha da Gávea, a atual Villa Riso. A  fazenda já se relacionava com o governo e instituições oficiais desde longa data e  posteriormente passou a  propriedade do conselheiro  Ferreira Vianna. Esta foi a cópia  que  Bernardo de Azevedo  da Silva Ramos usou para fazer sua tradução, sem no entanto nunca ter chegado perto  do paredão das inscrições. Sua “tradução” foi feita em 1928, ou seja  95 anos depois baseando-se numa interpretação  feita sem precisão alguma ,como se pode ver claramente comparando a foto com a cópia. Coincidentemente quatro anos antes  o professor Henrique José de Souza fundou a Daharana, a primeira loja Teosófica, em 1924. Quatro anos depois, Bernardo de Azevedo da Silva Ramos, então com 70 anos, fez a tradução.
Parece, e tenho quase certeza,  que os dois fatos tem alguma relação. Inclusive o professor chegou a modificar a tradução dizendo que Jetball era o filho de Badezir e tinha uma Irma gêmea chamada Jetbal-bel. É claro que na falta de base para criar estas lendas usaram o que tinha a mão, a Bíblia, e como sabiam que existiu uma irmã de Badezir chamada Jesabel, casada com o rei Achab de Israel, completaram o nome.
Como pode o professor Henrique Jose de Souza pretender melhorar e corrigir  a fantasiosa tradução de Bernardo de Azevedo da silva Ramos?
Está claro que havia um objetivo a ser atingido a todo custo. Usaram a montanha em beneficio próprio pela primeira vez, possivelmente buscando origens lendárias para a sociedade mística em gestação.    
Compare  as inscrições verídicas fenícias com os buracos  da chamada ” Inscrição“.  Para quem acha que algum pedreiro fenício fez  esta  inscrição na   Pedra da Gávea, diria que esse pedreiro e seu supervisor não deviam ser muito versados em  lavratura de pedra, nem deviam saber fazer um andaime reto. Aquilo nunca foi nem poderia ter sido um trabalho de fenícios do século IX A.C. Quem assim mesmo acha que os fenícios fizeram uma inscrição  conhece  muito pouco dos fenícios, e isto é regra quase geral na população, portanto qualquer história que fosse contada sobre a Pedra da Gávea seria engolida facilmente pela maioria  do público. E se essa versão viesse apoiada em um pesquisador conhecido e apoiada e encomendada por uma seita mística e espiritualista como a Sociedade Teosófica Brasileira, como foi,  a aceitação seria quase total, ao menos na população menos instruída . Foi o que aconteceu. E agora o Rio de Janeiro tem uma lenda importada para contar um fato que provavelmente tem raízes  puramente sul americanas.
Anos atrás discordar dessa versão seria como contestar a Bíblia e ainda mais se por trás do assunto estavam dois nomes respeitados. Mas todos podem errar. Já é  tempo de procurar outras versões para esta montanha. Na verdade esta versão nunca convenceu nenhum pesquisador cientifico  sério, nem a ciência oficial. Pior, contribuiu para dar um clima de chacota ao  local. O que no mínimo, é uma infâmia. Repetir essas versões na internet é um mau serviço que se faz.  
E aqui  há  vários problemas.  Predominando uma  falsa versão , ainda que lendária  da história, não digo do Brasil mas ao menos do Rio de janeiro,  seria uma obrigação dos cariocas saber a verdade sobre o que é de fato a Pedra da Gávea. Quem fez aquela face? Porque ao que tudo indica, mesmo  não havendo  inscrição, a face foi feita, com certeza.
E podemos fazer uma afirmação provocativa. Se aquela face e a ”Íbis” do Pão de Açúcar (Na verdade é uma silhueta de pássaro,  mas daí a dizer que é uma íbis, é exagero.  Ou seria um condor?) e a face da Gávea   foram feitos por mãos humanas, seus escultores foram os fundadores do sitio do Rio de janeiro, porque o balizaram por algum motivo. No mínimo porque foram tocados pela sua imponência. E isto não é pouca coisa. 
 Fazer  aquele trabalho não é nenhuma insignificância. É uma injustiça histórica atribuir esse trabalho a quem não o fez. Automaticamente deixando no limbo os verdadeiros autores deste trabalho sofrido e inspirado quem sabe em que sentimentos profundos, pelos quais pagaram caro e foram esquecidos, substituídos  por histórias fantasiosas inventadas em 1924. É lamentável que até montanhistas que já visitaram o local várias vezes, mesmo assim, não conseguem se libertar das coisas que continuam a ser repetidas : fenícios ou  erosão. Por uma questão de honestidade, é preciso sempre se contestar.
Compare a” inscrição” com textos fenícios autênticos como estes abaixo.



Fica bem claro que a desordem que se vê na ”inscrição do paredão“ não corresponde a ordem que vemos nos textos fenícios. Será que ainda não está suficientemente claro? 


                   
À esquerda vemos marcas no paredão que alguém poderá tomar por inscrições, más não são. A direita vemos uma falsa cabeça de como teria sido a Pedra da Gávea. Esta cabeça  foi apenas uma peça  sem base alguma  feita para o filme ”O diamante Cor-de-Rosa”, no entanto é divulgada na internet como se fosse um exemplo de arte fenícia (!) Na realidade não tem nada a ver com a Pedra da Gávea. 

Embaixo vemos o exagero com que a  teosofia comparou a montanha com  um touro alado da Assíria. O símbolo do poder assírio, justamente o poder que ameaçava todas as cidades fenícias no século IX A.C. E os fenícios ainda teriam se dado o trabalho de  homenagear seus inimigos (!) A montanha não tem os detalhes que se vem na figura. Poderíamos ver apenas  um, arremedo bruto de um animal, com boa vontade, que inclusive é admissível, visto desde São Conrado. Mas de maneira alguma seria obra humana. Uma face, um portal, são coisas realizáveis, mas  esculpir uma montanha desse tamanho não tem nenhum exemplo na historia, simplesmente porque estaria fora de propósito. E muito menos seria realizável por um povo que estava enfrentando tremendas dificuldades no Oriente Médio.   



No paredão oposto ao das “inscrições“ também há marcas na rocha, na mesma altura, e com certeza não são inscrições. Finalmente poderia dizer que qualquer povo mais desenvolvido e qualquer escultor razoavelmente inteligente, procuram, antes de lavrar alguma coisa, aplainar razoavelmente a superfície. Nada disso  vemos na Pedra da Gávea. O mistério da Pedra da Gávea é justamente esse, não há escrita. E isso  quer disser muita coisa. Porque há uma face, mas não há escrita. Quem a fez não tinha escrita, ou não a usava. Por outro lado até agora  não foi achada nenhuma peça ou trabalho mais sofisticado que esteja à altura do  nível de pedreiros fenícios do século IX A.C. Isso seria facilmente identificável.  
Na cópia  que serviu para a “tradução”  foram anexados  no meio de algumas” letras” traços horizontais que nunca existiram no paredão. Desta forma, forçando um pouco,  poder-se-ia ”ler“ muita coisa em idioma púnico. Só se vem claramente buracos horizontais no inicio e do lado esquerdo. Na verdade existe uma linha de desgaste que tangencia a parte superior de toda a primeira linha de buracos e onde é mais profunda e dá a idéia de traços horizontais.
  Na cópia, primeiro está a inscrição como a comissão a viu, na segunda linha deram uma ”acertada” para poder ler melhor, na terceira linha está a transcrição em hebraico, idioma que Bernardo conhecia um pouco. Na quarta linha, a tradução admitida, que Invertendo se lê: Tiro  Fenícia Badzir  filho de Jethbaal.     
Nessa transcrição há  coisas  que não batem. Os fenícios nunca chamaram seu território de Fenícia ou ”Foenisian” como foi transcrito. A Fenícia nunca existiu como pais, eram cidades estado e  a região se auto denominava pais de Cannan.  A denominação ”fenícios” foi usada pelos gregos para denominar os habitantes dessas cidades. E os fenícios  diziam-se cananitas.
 Badezir não tinha esse nome. Uma das poucas referencias conhecidas feitas  a ele é  a de  Flavio Josefo em sua” Historia dos Hebreus”,  e o chama de Baaldozor. Provável origem do nome Baltazar. Este nome certamente é constituído de duas palavras Baal ( a divindade), e tzor ( fortaleza). Flavio Josefo também diz que ele reinou seis anos e morreu com 45 anos. Este rei também aparece as vezes com o nome de Badezor. Por coincidência a saída de cenário de Baaldozor coincide com a batalha de Karkar, onde morreu seu cunhado, o rei Achab de israel, que era casado com Jezabel, irmã de Baaldozor.  Mais exatamente, Achab , morre logo após  essa batalha, mas na tentativa de retomada da cidade de  Ramot Guileat. Este episodio é contado na Bíblia , no Livro  de Reis. Há discordância de datas por vários autores mas vamos admitir a data de 853 A.C. como fim dos reinados de Achab e Baaldozor. Flavio Josefo obteve esses dados através do escritor Menandro de Éfeso que os viu nos arquivos reais de Tiro  lá pelo ano 300 A.C. Outra  coisa que não bate é que os fenícios não economizariam palavras para glorificar um monumento gigantesco tão longe de seu pais.  Sim, porque a ”inscrição” da Gávea  só tem cinco palavras.  Finalmente, Baaldozor, estava metido até o pescoço em problemas do Oriente Médio, sempre pressionado pelos assírios, comandados por Salmanasar III. Ele e todos os outros reis da região.
Ao admitir que ele tenha vindo  para o  Brasil estão dizendo indiretamente ele era um covarde ou omisso. Uma vez que sua cidade-estado passava por uma situação aflitiva, porque todos os outros reis  das outras cidades cananéias  lutaram e enfrentaram os assírios.
 Na batalha de Karkar havia pelo menos 12 reis formando uma coligação, segundo a versão assíria, descrita na estela de Kurk. O nome de Baaldozor não consta nessa estela, mas supõe-se que alguns nomes não foram registrados ou constam com outro nome dado pelos assírios. Também pode ter acontecido que o contingente  de Tiro estaria contabilizado com o grosso da tropa que era constituído pelo exercito do Reino  de Israel. Inclusive o nome do rei de Judá, Josafat, não aparece na estela , e ele estava lá.
 É evidente que o “serviço secreto” de Salmanasar III não era muito eficiente e conseqüentemente não tinha informações precisa sobre o inimigo que estava enfrentando. Mas, na versão dele,  para efeito de registro, usou o nome de 12 reis , como sendo seus inimigos derrotados. Não se sabe direito o resultado da batalha. Mas como em toda batalha todos perderam  um pouco.      
Posteriormente um rei de Tiro teve que acabar fugindo. E foi  para Chipre em 701 A.C., esse rei  foi Luli, mas só viajou 200 km. Se Baaldozor tivesse vindo para o Brasil ,enfrentando uma viagem de 8000 km, Flavio Josefo e Menandro de Éfeso nunca saberiam quantos anos ele viveu. No entanto eles  afirmam que viveu 45 anos e reinou 6, sucedendo-o no trono Mattan ou Mettenos, seu filho.
Tampouco é verdade a versão de que houve uma revolta  contra  Baaldozor e foi instaurada outra forma de governo porque nesse caso seu filho  provavelmente não o teria sucedido. E nem teria havido mais reis em Tiro. No entanto houve reis até a tomada da cidade por Alexandre em 331 A. C.  quando Alexandre  só deixou alguns habitantes idosos e  nomeou  como rei, a um mendigo vendedor de água de nome Abdalonimo.
Por respeito a um homem que não conheci e cujo nome foi usado indevidamente, prefiro ficar com a possibilidade de que ele tenha sido morto na batalha de Karkar, ao lado de Achab, defendendo sua terra. A única coisa honorável que poderia fazer, e por isso seu reinado terminou em 853 A.C. igual que o reinado de Achab.
 A versão da Sociedade Teosófica  acaba sendo  desonrosa para sua memória.  Na versão da Teosofia  Badezir ou Baaldozor teria vindo ao Brasil em grande missão espiritual. Isso não tem nenhum fundamento lógico. Para quem conhece algo da Bíblia sabe que Jezabel, Irmã de Badezir , não era muito sofisticada espiritualmente se comparada com os espiritualistas e místicos de nossa época.
 Os dois eram filhos de Ithobaal ou Jetball, um sacerdote de Astarté que havia tomado o trono  assassinando o rei  Phales. Eles foram criados assistindo a sacrifícios de crianças nas chamas  dos templos. Que grande missão espiritual poderiam desenvolver por aqui? Eram pessoas de outra cultura e outro tipo de espiritualidade, que não podem ser julgados por nossos conceitos atuais.
Na verdade toda a família desde Achab, Jezabel, Badezir(Baaldozor) e mais alguns não estão bem  conceituados na bíblia e não  se entende como, espiritualistas de nossos dias, que, nitidamente tiveram formação religiosa cristã, foram procurar raízes ali.
Poderia ser uma contestação, considerando que tanto a maçonaria como a teosofia tem pontos de atrito com a religião católica. Assim como a maçonaria tem Hiram Abiff ( arquiteto fenício  que  segundo a lenda construiu o templo de Salomão) como seu patrono, a Teosófica teria procurado Baaldozor como patrono lendário. Na versão da teosofia Badezir deu origem ao nome Brasil. Isso seria outra justificativa. Mas é claro que  essa afirmação  não tem base nenhuma .
 Não tem  muita  lógica usar Badezir como fundamento de uma sociedade mística de nossos dias. E muito menos pretender enterrá-lo na Pedra da Gávea  como se pretendeu, ao menos  na lenda. Esta lenda não é lenda de verdade porque não remonta a nenhuma tradição muito antiga e sim a 1924.
Houve quem chegou a dizer que Badezir teria sido cremado na Pedra da Gávea (!) Os fenícios não usavam a cremação a não ser para os sacrifícios de crianças e animais ,reis eram enterrados em sarcófagos, tal como o costume  egípcio. Eventualmente havia uma cremação, mas era uma  rara exceção. Alguém  também  disse que os fenícios eram imberbes (!) E então por que colocariam uma barba enorme na face da Gávea?
No entanto tudo isto não quer dizer que os fenícios não possam ter vindo até a América do sul  e inclusive estado na Pedra da Gávea. Santuários em montanhas eram comuns para eles, inclusive quase sem construções. Porque há viagens voluntarias e viagens forçadas. E nesses casos as correntes marítimas e os ventos, além da própria vontade e experiência podem ajudar a realizar tarefas quase impossíveis.  Mas  aparentemente os fenícios não escreveram nada, ou ao menos não achamos ainda alguma estela com um texto púnico  e com certeza não fizeram nem  a Face nem o Portal.  Poderiam ter deixado algum testemunho superficial e que se perdeu ou foi destruído pelos freqüentadores do local desde o século XVII ou mesmo antes. Pode ter havido, e com certeza houve , muita gente que nem imaginamos, subindo  a Pedra da Gávea , por ser este lugar, um magnífico ponto de vigilância, e inclusive defensivo.
Esta montanha vem sendo revolvida superficialmente por quantidade de aventureiros e buscadores de tesouros fazem mais de 300 anos, em função das lendas. E o pior é que alguém pode ter achado algum vestígio importante e simplesmente o destruiu.  
Aqui vamos a dar uma guinada radical nesta Incógnita da Pedra da Gávea, porque parece que as coisas  apontam em outra direção.
Nestas fotos abaixo vemos a face da Gávea e  outra  face da America do sul, a face de  Tunupa em Ollantay Tambo, Peru. Ambas são enormes, ambas tem mais de 140 m de altura. Em cima da face de Tunupa (os incas o chamaram de Wiracocha ) há um pequeno templo, em cima do topo da cabeça da Gávea há uma plataforma.


                           
Face da Gávea. Percebe-se a escavação pouco profunda. Do lado, a  Face de Tunupa em Ollantay Tambo. Note-se o templo em cima da cabeça. Sua altura vai a mais de 140 m. A face da Gávea, dependendo de onde  se queira considerar, tem muito mais altura por causa do paredão da testa. Como argumento definitivo diria que não conheço outras duas faces tão próximas e com essas características no mundo. Por uma questão elementar de lógica é evidente que o mais provável seja            que as duas estão relacionadas. No Peru há pelo menos mais duas faces não esclarecidas, uma em Machu Pichu e outra ali mesmo, um pouco acima da  de Tunupa.                                                           
As duas faces  tem seus detratores dizendo que são naturais. Chega-se a dizer que a face  peruana teria aparecido no século passado depois de um terremoto. Pode até ter acontecido. Sabemos que o domínio espanhol destruiu templos e tradições religiosas do império inca e uma face gigantesca de uma divindade incaica e inclusive anterior pode ter sido ocultada de alguma maneira e posteriormente descoberta com um tremor de terra. Sabemos que houve uma atividade intensa  na destruição de templos, altares e tradições indígenas incluindo a deformação da tradição indígena para adaptá-la às crenças cristas. 
No solstício de inverno os primeiros raios do sol dão na face de Tunupa, dia 21 de junho.  As duas faces estão orientadas na mesma direção olham para o nascente no dia 21 de junho.Os traços das duas faces são elementares, não são, nem poderiam ser muito refinadas em acabamento, na verdade não tem acabamento algum. Mas se percebe que ambas representam uma fisionomia severa com sobrancelhas levantadas numa atitude séria.
 Ambas insinuam uma barba. Na verdade nenhuma das duas tem boca porque a protuberância do nariz basta para insinuá-las.  Na face da Gávea não  há  insinuação de boca, pode não ter sido acabada, mas o nariz esta lá. Diz-se que esse nariz teria sido maior. Não foi. O nariz da face  da Gávea é o nariz possível se  escavamos  o paredão até certa profundidade.  Do contrario, para fazer um nariz maior haveria que fazer uma prótese ou escavar muito mais o paredão, o que seria muito difícil ou impossível. Se observarmos com atenção, a ponta do nariz está  em uma  curva  côncava que vem desde a fronte e vai até a barba,e que nos dá  a idéia de como era originalmente esse paredão da montanha.
 Dizer que essas faces são ilusão de ótica é  simplificar muito. As duas faces estão em  posição de difícil aceso.  Pelas características, é  quase evidente que estão relacionadas. Se a face peruana é mais antiga, alguém veio de lá e fez a da Gávea, porque a motivação parece ter sido a mesma. E aqui teríamos que associar este assunto com o suspeito Peabiru que seria em parte uma penetração exploratória  incaica, com evidente aceitação das tribos guaranis , já no fim do império e que foi sustada pela queda do mesmo através da conquista espanhola. Poderíamos situar este episodio entre 1438 e 1525, o  momento de maior  aceleração e expansão do império., seguido imediatamente à derrocada repentina . Não esqueçamos que o Rio de Janeiro foi fundado em 1565.
Mas de novo, como no caso dos fenícios  devemos frisar que até agora não achamos na montanha, nenhum objeto  ou corte de pedra mais sofisticado que  possa colocar o império inca na questão. Ainda que seja uma possibilidade menos forçada que a dos fenícios, mesmo dentro do terreno das hipóteses. Mas também poderíamos aventar a hipótese de que a face da Gávea seja mais antiga, nesse caso alguém chegou a estas costas e posteriormente subiu para os Andes. Parece-me mais provável que a face da Gávea foi inspirada na do Peru. Nesse caso representaria Wiracocha, ou Tunupa  ou melhor  Tupã. Os tamoios diziam que era a cabeça de um deus e isso viria ao encontro dessa hipótese e praticamente resolveria o mistério. Mas era mais conhecida como “cabeça enfeitada “ metara canga”. “metara” quer dizer enfeite, e “canga” significa  cabeça .
É o caso de se perguntar se Tunupa e Tupã não são na origem, a mesma divindade. Tanto no Brasil como no Peru eram associados ao raio e o trovão, e  divindades  supremas. Tanto Tunupa ou Wiracocha, na lenda eram barbudos assim como Sumé. Na  Argentina, Paraguai, e Uruguai  temos Tupan como divindade , portanto seria praticamente comum a toda esta parte da America do Sul. E aqui há muito mais a dizer, mas não vou estender o assunto, porque já  estou fazendo  isso em outros textos.      


   
   
Três ângulos onde se nota a intenção de uma  face. A escavação, ou não foi terminada, ou ficou assim mesmo em função da dificuldade do trabalho, ou até pelo próprio conceito do que seria  o mínimo necessário para transmitir a mensagem. Na parte que corresponde à bochecha, parecem  ver-se  vestígios de muitas marcas de desbaste.     


                                                       
 Neste  ângulo da face da Gávea, se  nota o pronunciado supercílio,que parece ter sido o determinante da profundidade da escavação. Aqui também  vemos o que parece ser uma sobrancelha levantada em atitude de severidade, igual que do outro lado da face.Esse supercílio simplificado lembra, um pouco, o supercílio estilizado dos moai da ilha da Páscoa.   


          
Nestas marcas existentes junto à face, no inicio da Travessia dos Olhos se vem marcas verticais que poderiam ser de retirada de pedra através de estacas. Haveria que examiná-las com cuidado. Ficam à esquerda  da  base da Chaminé Hungar. 



     Nestas fotos fica bem claro que, onde a montanha parecia uma cabeça, foi feita uma face, e justamente no local certo.  A face é reconhecida de qualquer ângulo, até dos menos favorecidos. O local para fazer esta face foi muito bem escolhido. Fica  bastante evidente que é produto de um raciocínio e não capricho da natureza. A rocha naquele ponto é menos resistente. 


              
A face reconhecível à esquerda, e a direita  um  angulo muito divulgado, más que dá uma idéia errada do trabalho existente de fato. Quem julga por esta vista dirá que é  apenas erosão.

Não me parece que haja que procurar uma esfinge na montanha. A montanha tem uma forma que, para quem quiser, pode passar por um arremedo de esfinge. Mas é muito pouco provável que alguém tenha trabalhado em toda a  montanha. Isso está fora da lógica. Tampouco percebo  outra face do lado do mar, como alguns dizem ver . E muito menos vejo um sarcófago egípcio como alguns dizem. Só  se vê algo parecido ao perfil de um sarcófago ,olhando desde a lagoa Rodrigo de Freitas, e  só é um sarcófago para quem não conhece bem o que é um sarcófago.
Pode-se levantar a hipótese da  impossibilidade de fazer um trabalho no local da face por causa da dificuldade de acesso. Isso não seria grande problema. Raciocinando um pouco podemos admitir que a parte da chamada Barba, foi em épocas passadas muito mais coberta de terra e de árvores,  o que permitiria firmar uma estrutura para trabalhar no local. Com a perda da cobertura vegetal o solo está deslizando em vários pontos da montanha. Havia uma floresta com árvores enormes. Portanto montar escadas, andaimes e passarelas para trabalhar, não seria impossível. Que o trabalho era perigosíssimo, estou de acordo. E deve te morrido muita gente.    
Falta dizer algo sobre o chamado Portal. Essa formação também desperta opiniões radicalmente opostas. Uns acham que é uma porta, outros uma simples formação natural. Os teosóficos e outras seitas místicas já a apontam como porta para o mundo de Agartha. Ou que o portal é uma entrada não material etc. Mas esse tipo de análise não nos ajuda.
 Depois de estar 446 vezes em frente ao Portal  analisei algumas coisas.  Não parece uma porta totalmente, porque apesar de estar separada dos lados e em baixo, do resto da rocha, nota-se que em alguns  locais, principalmente nas partes superiores chega a estar soldada às laterais e a marquise.  Essa situação poderia nos  sugerir que uma grande rocha se deslocou daí, e caiu no vazio, conseqüentemente seria uma formação natural.
Mas surge uma pergunta. Porque uma rocha que estava com certeza atritada entre as outras duas laterais e ligada  na parte de cima  se deslocou sozinha e caiu? Teria sido mais lógico cair alguma das laterais. Porque ficou aquela marquise que tem uns 2m de espessura? As duas rochas laterais estão soldadas ao resto da montanha e apesar de terem parte em balanço não caíram. Porque a superfície que constitui o portal propriamente dito apesar de curva é   quase plana? Pelo que vemos no local parece que andaram iniciando um trabalho de cantaria bruta.
Provisoriamente fico com a idéia de que alguém iniciou uma falsa porta, uma espécie de nicho. E  de novo estamos com similares dos Andes, onde esse tipo de monumento é comum, portas que insinuam  acesso ao interior da montanha tal como a porta de Hayu Marca em Puno.
O caso do Portal e da face nos leva a crer que podem ser início de monumentos que não puderam ser terminados. Enquadrar-se-iam em uma relação com os Andes.        

                     
           
 À  esquerda o portal da Gávea e à direita a porta de Hayu Marca. O da Gávea tem 16 m de altura por 8 de largura. O de  de Hayu Marca tem 7m de altura por 7 de largura.


                                     
As duas laterais do Portal da Gávea e a visão da marquise, com a face propriamente dita do Portal, bastante lisa. Com certeza não há nenhum túnel atrás dele. De qualquer maneira, há algo a investigar. A orientação do Portal é para o oeste.

 Nunca foi feita pesquisa arqueológica na Pedra da Gávea porque o local foi desmoralizado por versões delirantes e se tornou maldito para pesquisadores sérios. E não ficava bem se envolver com o assunto. As narrativas de pesquisas feitas por clubes  de montanhismo e outros organismos foram nada mais do que excursões domingueiras.
Há onde escavar objetivamente. Um dos locais seria embaixo da Gruta da Orelha. Esta gruta desde que existe deve ter servido de abrigo a todos os que por ali passaram, e me refiro aos que sabemos e aos que não sabemos. Dormi  40 vezes na Pedra da Gávea  e a maioria das  vezes  na Gruta da Orelha . Tudo o que se descartava na gruta era jogado na base de uma pedra logo abaixo dela. Isso desde tempos imemoriais com certeza. É claro que deve haver uma camada  muito espessa de detritos modernos , porém mais abaixo pode haver vestígios de outras épocas. Na década de 1960  achei um  pequeno fragmento do que parecia ser uma  borda  de tampa de  um vaso de cerâmica, enterrada no pequeno túnel que há no fundo da gruta. O passei a uma pessoa para examiná-lo, e nunca mais me disse nada.
Esta gruta vem sendo ampliada desde épocas  muito antigas.  Pessoalmente assisti a algumas ampliações. Cabe a pergunta : inicialmente teria sido escavada ? Porque está claro que ela sofre dois processos. Ampliada por mão humana, e soterrada lentamente por infiltrações provenientes da Chaminé dos Porcos (a garganta que separa a cabeça do resto da montanha). Centenas de anos atrás ela deve ter sido bem diferente. O próprio uso dos excursionistas a modifica, porque era comum melhorar o espaço para acomodar mais gente. Assisti a varias escavações para ampliá-la. Já  vi mais de 30 pessoas dormindo no local. É claro que os últimos dormiam ”na varanda”.
Outro ponto interessante de pesquisa seria o topo da Cabeça. Porque se a montanha teve um fim cerimonial em algum momento, esse local seria o ponto principal. O fato de estar revolvido o terreno superficialmente não importa porque mais embaixo deve estar preservado o terreno mais antigo. Fala-se muita coisa sobre essas pedras que estão no topo, mas pouca coisa objetiva. E haveria mais algumas coisas a observar. Existe o que parece ser um petróglifo na figura de um sol, em parte destruído, situado na ponta norte da cabeça e tem mais ou menos 60 cm de largura. Em outro ponto há outro que parece ser um pássaro de perfil com mais ou menos 40 cm de altura.     
Finalmente não poderia deixar de falar algo sobre a ” Íbis” do Pão de Açúcar. Se a face da Gávea é obra humana, com certeza a ”Íbis” também pode ser, porque os buracos que formam as patas são muito parecidos com as escavações dos olhos da Gávea. E esses buracos estão colocados exatamente no local apropriado para completar a ave. Ela está  na mesma orientação que a face da Gávea.  Mais uma vez,  há indícios de inteligência e não de simples erosão. Sendo  um pássaro, estaria relacionado com a face  da Gávea. Na tradição  religiosa andina, Wiracocha era acompanhado por uma ave.


                             
Mas poderíamos presumir, por via das dúvidas, que os buracos na parte de baixo do pássaro sejam o resultado de  canalização das águas junto à protuberância do peito, causando erosão. E esta seria uma boa explicação natural para o pássaro. As cavidades   estariam sendo ampliadas  nas partes mais baixas pela passagem da água, porque o que   corre na ocasião das chuvas não é apenas água, é água e partículas de material que tem  grande  efeito abrasivo. E nesse caso, os buracos têm maior dimensão em baixo por ter sido canalizada a água pluvial em escavações que  talvez já existiam como parte dos traços da escultura.Não seria necessário que eles fossem tão alargados na parte mais baixa para dar a idéia de um pássaro  levantando vôo. Más para aumentar tanto estas cavidades por processo  natural, seria necessário muito tempo. Já no caso da face da Pedra da Gávea, fica difícil aceitar que um processo similar tenha moldado a face, porque não explicaria o desgaste desigual em partes da face deixando um  nariz, justamente onde escorreria muita água de chuva e cavado o local mais protegido, os olhos.
Teríamos também que levantar a hipótese de que o pássaro seja resultado da erosão  e no entanto a face da Gávea seja trabalho humano. Uma coisa não depende necessariamente da outra. Se por acaso  estes monumentos tem uma  origem andina, estariam  também  relacionados com o provável falso portal. Ou seja, os três elementos se sustentam e se apóiam mutuamente e se enquadrariam em um mesmo contexto cultural. Como ultima hipótese poderíamos atribuir tudo a uma cultura megalítica   sul americana, mas da qual temos poucos  elementos para formar uma quadro inicial, e isso não estaria descartado. E esta hipótese deve ser considerada seriamente.
 Este artigo pretendeu ensaiar outros caminhos um pouco mais sérios  para a incógnita da Pedra da Gávea. Se o tom deste texto parece um pouco agressivo é porque é preciso indignar-­se com a falta de interesse, acomodação e deformação desta incógnita da Pedra da Gávea, o que vem acontecendo há muito tempo, desvirtuando a realidade do local.  

 Arquiteto Carlos Perez Gomar,             17 de abril 2012.